Os seres humanos sempre procuraram uma solução ou explicação para o aparecimento de efemeridades e doenças. Os medicamentos fazem parte da evolução do homem e da história da medicina que, sem dúvida, contribuíram para o bem estar da humanidade e na melhora da qualidade de vida.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) em todo o mundo, mais de 50% dos medicamentos são vendidos de forma inadequada e uma grande parte dos pacientes fazem uma toma incorreta. O uso irracional de fármacos cria consequências nefastas como o aparecimento de Acontecimentos Adversos por Medicamentos, isto é, efeitos secundários, levando assim a um alto índice de morbilidade e de mortalidade.
A prescrição de medicamentos forma parte inseparável do ato médico. Há efemeridades em que o tratamento a longo prazo recorrendo ao uso de medicação é inevitável e fundamental, no entanto, quando relacionada com patologia músculo esquelética deve existir um maior cuidado.
Um dos principais motivos de visita médica é a dor músculo esquelética. A fisioterapia aborda este tipo de dor recorrendo a agentes físicos, técnicas específicas e, por vezes, apoia-se de forma coadjuvante na farmacologia. O uso de analgésicos e anti inflamatórios não esteroides (AINES) devem ser usados no tratamento pontual de uma inflamação e para a melhora da sintomatologia do paciente. Os AINES como a aspirina ou o ibuprofeno são muito comuns para o alívio de dores musculo esqueléticas de origem inflamatória. As patologias mais comuns para o uso destes medicamentos são a artrite reumatoide, a espondilite anquilosante, entre outros.
O problema é que cada vez mais pessoas com lesões crónicas usam este tipo de medicação e o seu uso de forma continuada pode trazer riscos elevados para a saúde. Existem limitações no uso de AINES pois o seu consumo aumenta a probabilidade de desenvolver patologias gastrointestinais, do sistema nervoso central, oculares, dermatológicas e ao aparecimento de edemas, alergias, cefaleias, insónias, depressão, entre outros.
Os anti inflamatórios esteroides também conhecidos de corticoides, corticosteroides ou cortisona apresentam um efeito anti inflamatório e imunossupressor, sendo bastante utilizados na prática clínica. O seu bom uso resulta em alívio da dor e melhora da função de órgãos comprometidos por doenças inflamatórias. São utilizados em efemeridades endócrinas, reumatológicas, alérgicas, vasculares, oculares, gastrointestinais, neurológicas, pulmonares, dermatológicas, hematológicas e oncológicas. São aplicados principalmente no tratamento de doenças crónicas como asma, alergias, artrite reumatoide, lúpus, entre outros. Para além disso, a prescrição de corticoides é frequente em traumatismos musculo esqueléticos, dor na coluna e infeções do trato respiratório.
Os efeitos adversos dos corticoides são variados e estão relacionados à dose, tempo de uso e à sua suspensão. O uso a longo prazo leva a reações adversas superiores nomeadamente no sistema dermatológico, trato gastrointestinal, ocular, musculoesquelético, ósseo, adrenal, cardiometabólico e neuropsiquiátrico. Como efeitos colaterais pode surgir o aumento do peso, aumento de apetite e retenção de líquidos, fragilidade nos ossos, tornando-os mais fracos e suscetíveis à osteoporose, fraturas recorrentes, cansaço e insónias, agitação e nervosismo.
Quando a sua toma é prolongada e se retira de forma abrupta pode surgir insuficiência suprarrenal aguda, hipotensão e sintomas como febre, mialgia, artralgia, nódulos cutâneos dolorosos entre outros.
A fisioterapia pode ser uma ajuda para eliminar o uso excessivo destas substâncias através de diversas técnicas. Esta apresenta vários objetivos de entre os quais desenvolver, manter e restaurar o máximo movimento e capacidade funcional e é utilizada em várias condições como envelhecimento, lesões, dor e várias doenças e distúrbios. Para além disso, dependendo do problema do paciente, pode intervir na correção da postura, diminuição de dor, prevenção de lesões, tratamento e prevenção de doenças crónicas, melhoria dos sintomas em doenças respiratórias, auxílio na diminuição de problemas urinários, entre muitos outros
Apresenta diversas técnicas e recursos, tais como estimulação elétrica transcutânea (TENS), crioterapia, termoterapia, massoterapia, mobilização, exercício terapêutico, entre outras, que são eficazes no tratamento de várias condições patológicas. A fisioterapia segue uma solução natural, com poucos efeitos adversos e é indicada para quase todo o tipo de lesões e dor, principalmente musculoesqueléticas. Atualmente, existem cada vez mais recursos, nomeadamente técnicas invasivas que são capazes de tratar patologias de um modo mais rápido e eficaz, como por exemplo a Eletrólise Percutânea Terapêutica (EPTE). Nesta técnica, o fisioterapeuta acede ao tecido danificado e induz a sua autorrecuperação, através de uma reação física. Dá se assim uma inflamação controlada necessária para a recuperação dos tecidos. Assim, há que ter atenção ao uso de fármacos quando se utilizam estas técnicas, pois pode ser prejudicial ao tratamento. Os fármacos podem desencadear efeitos adversos que modifiquem os objetivos da fisioterapia ou a inibição dos seus efeitos.